domingo, 1 de junho de 2008

O último dia.

Os primeiros sinais começaram por uma forte interferência eletromagnética. As interrupções foram gerais: energia elétrica, telecomunicações, internet, transmissões de tv e rádio. Uma forte ventania varria tudo pela frente, agitava as árvores, levantava poeira, batia portas e janelas. Animais fugiam desorientados. A luz ficou cinzenta, mais parecida com um dia de eclipse. De repente, sem mais nem menos, o vento cessou. O silêncio era absoluto. Nenhum pássaro, nenhuma voz, nenhuma folha balançando. O cenário era melancólico e causava um aperto no coração. Uma série de traços brancos começou a cortar o céu cinzento. Em poucos minutos, o estranho silêncio seria quebrado por gritos de dor e desespero. Em menos de 24 horas, todas as formas de vida, excetuando alguma poucas bactérias, desapareceriam para sempre. Pelos próximos séculos, o planeta ficaria envolto num grande manto de poeira. Naquele momento, porém, ninguém imaginava nada disso. Em silêncio, apenas olhavam para o céu e admiravam o assustador, fascinante e último espetáculo das suas existências.

4 comentários:

Paulo Stenzel disse...

"O último dia" foi escrito ao som de "Twenty Cell Revolt" - Menomena.

Nuno Guronsan disse...

O fim dos dias. Num parágrafo apenas e de forma tão forte. Aqui a Morte pode ter sido Rápida, mas foi sem dúvida brilhante.

Parabéns, Paulo, cinco estrelas.

marcia disse...

...nem o esquimózinho do Polo Norte consegue sobreviver? :-(

fernando lucas disse...

Doom I say! We are all DOOM!