quarta-feira, 14 de maio de 2008

Antes do amanhecer.



Deitada no chão do armazém, escondida entre as centenas de corpos ensanguentados, Ruth contava cada minuto que passava. Qualquer ruído poderia despertar a atenção dos vampiros. Por isso, ela precisava controlar a respiração e as emoções até que amanhecesse. Só então poderia sair dali em segurança e gritar e chorar. Uma lâmpada fluorescente, piscando por causa de um mau contato, ajudava a tornar o ambiente ainda mais sinistro. Ela via aquelas criaturas aparecerem e desaparecerem na luz e na escuridão. Às vezes, um dos vampiros encontrava alguém vivo e soltava um tenebroso grito gutural. Era o sinal para virem muitos outros que saltavam sobre a vitima como os pombos saltam para cima do milho lançado ao chão. Eles não eram nada elegantes e belos como os personagens de Anne Rice, não se limitavam a morder a jugular. Eram monstruosos, homens e mulheres com cara de morcego que estraçalhavam as vitimas. Ruth olhou para o relógio e suspirou aliviada, só mais uns cinco minutos e estaria a salvo. Porém, bastou o suspiro para que ela ouvisse um urro atrás de si. Em seguida, sentiu mãos que pegavam nos seus tornozelos e o corpo sendo arrastado por cima dos cadáveres. Os vampiros vieram todos na sua direção. Era a vez dela ser o milho dos pombos.

2 comentários:

Paulo Stenzel disse...

"Antes do amanhecer" foi escrito ao som de "Mansard Roof" - Vampire Weekend.

fernando lucas disse...

Eu não sei enquanto o copy, mas o filme é muito muito bom, até parece de um bom realizador. Não sei, faz lembrar filme nipónico de terror. Já disse que é muito bom esse filme?