terça-feira, 29 de abril de 2008

Rock & Hell.

James entrou no estúdio, pegou a sua guitarra preferida e ligou o amplificador Marshall no volume máximo. Assim que os seus dedos deslizaram nas cordas e fizeram soar o primeiro acorde, ele entrou em transe. Lembrava-se de toda a sequência de notas e, se Rudy insistisse em não querer tocá-la com a banda, ele registraria os direitos sobre a música. Rudy não queria dizer a verdade, mas sabia que aquelas notas haviam sido psicografadas no fim de uma noite de muita cocaína e Jack Daniel’s. Não se tratava de uma música qualquer, mas de uma chave. Ao tocá-la, um portal seria aberto e deixaria passar os mais terríveis, sombrios e cruéis espíritos que poderiam existir. James, ignorante da verdade, continuava hipnotizado. De olhos fechados e com o volume tão alto, não percebia as monstruosas criaturas que saíam das paredes e o cercavam por todos os lados. Quando, finalmente, levantou as pálpebras, já era tarde demais. O isolamento acústico do estúdio não deixou os seus gritos passarem para fora. Algumas horas depois, uma histérica empregada encontraria James morto, ainda com o pavor estampado na cara, com o corpo ereto, empalado numa Gibson Les Paul.

3 comentários:

Paulo Stenzel disse...

"Rock & Hell" foi escrito ao som de "Dead Souls" - Joy Division.

fernando lucas disse...

tem DÓ!
ah ah ah

ndp disse...

Bem, muitoo bom!

Parabéns também pela inovação - Literatura de Ipod e PDA.

Gostei mais de uns do que de outros, como seria de esperar - mas vou voltar, mesmo não tendo gajas nuas.

Abraços!

ndp


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