segunda-feira, 21 de abril de 2008

Último andar, inferno.

Charles já estava parado no 11º andar há várias horas. Quando entrou no elevador, o jovem advogado estava radiante, tinha vergado em tribunal o Sr. Ivan que, mesmo derrotado, ainda mostrava os dentes, num sorriso de fazer gelar o sangue. Agora, pelo intercomunicador, ouvia: “tenha calma, Sr. Charles, em breve vai seguir para o seu destino”. A voz fantasmagórica foi tão arrepiante quanto o fato de ela saber o seu nome. A luz vermelha, de emergência, só fazia com que ele sentisse falta da escuridão das primeiras horas. Charles sabia que tinha muito calor, que o celular não tinha rede e que estava ficando desesperado e claustrofóbico. O que Charles não sabia, era que, em troca do sucesso, Ivan havia feito um pacto num ritual de magia negra e que, quem quer que ameaçasse este negócio demoníaco, teria a sua alma roubada. Charles sorriu quando o elevador voltou a descer, mas o sorriso morreu no mesmo instante em que passou pelo térreo e não parou. Com o advogado lá encarcerado, o elevador continuou descendo e descendo. Para sempre.

2 comentários:

Paulo Stenzel disse...

"Último andar, inferno" foi escrito ao som de "Blood on Our Hands" - Death From Above 1979

fernando lucas disse...

depois o elevador parava num palco onde estava um mágico a cravar espadas pelas paredes do elevador até
não haver mais espaço para espetar, e com ele ainda dentro.